Evento está marcado para o dia 28/01 em três pontos: em Tamoios e nas praças do Jardim Esperança e de São Cristóvão
Por: Alexandra de Oliveira
A Prefeitura de Cabo Frio promove uma ação em diversos pontos da cidade, na quarta-feira da próxima semana (28/1), quando se comemora o Dia Mundial de Luta contra Hanseníase. O trabalho da Secretaria Municipal de Saúde de Cabo Frio, desenvolvido pelo Programa de Controle da Hanseníase, tem como objetivos principais alertar a população sobre a doença e contribuir para eliminação do estigma e do preconceito contra as pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares. A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada por um microorganismo que se manifesta por lesões de pele (manchas de qualquer cor) com alteração de sensibilidade (dormentes) e comprometimento dos nervos das extremidades do corpo.
As ações irão acontecer, das 8h às 13h, na Praça do Ginásio Poliesportivo, em Santo Antônio, em Tamoios; na Praça do Jardim Esperança e na Praça Antônio Castro, em São Cristóvão. Segundo a coordenadora do Programa de Dermatologia Sanitária de Cabo Frio, enfermeira Veleida Imbiriba, a doença é transmitida através da respiração de uma pessoa doente sem tratamento, na forma transmissível da doença e através de um convívio prolongado com esse indivíduo.
Durante a ação, os profissionais pretendem fortalecer a busca ativa de casos, o aumento do diagnóstico precoce e o tratamento oportuno e sensibilizar os profissionais de saúde quanto às atividades preventivas, promocionais e curativas da doença.
– Nosso objetivo é garantir a referência, o diagnóstico oportuno e o tratamento correto dos casos captados para que a cadeia de transmissão da hanseníase seja rompida – explica a enfermeira.
O Programa de Controle da Hanseníase de Cabo Frio é composto pelas equipes de atendimento do PAM de São Cristóvão (onde o atendimento é feito nas salas 3 e 5) e do PAM de Santo Antônio (em Tamoios). Fazem parte das equipes: dois médicos, dois enfermeiros, dois técnicos de enfermagem, sete funcionários da parte administrativa, além da equipe do Laboratório da Saúde Coletiva que funciona no PAM de São Cristóvão como suporte às demais equipes e conta com quatro técnicos de laboratório. Em 2013 o programa obteve 21 casos de pacientes em tratamento. Em 2014 foram cadastrados 12 novos casos da doença.
É importante salientar que logo no início do tratamento, os riscos de transmissão da doença são baixíssimos, porque os bacilos se tornam inviáveis pela alta sensibilidade ao esquema de medicamentos utilizados.
– É por isso que é importante diagnosticar a doença logo no início porque ninguém que tenha a doença precisa se afastar da sociedade ou da sua família. A doença pode ocorrer em qualquer idade, raça ou gênero. Ela tem baixa letalidade e baixa mortalidade e, o mais importante, tem cura – diz a enfermeira Veleida.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tratamento prevê administração de seis a 12 doses dos medicamentos, com duração de seis meses a um ano e meio, em regime ambulatorial, sendo previsto internação nos episódios reacionais graves.
A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminante na família. O período de incubação varia de dois a sete anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível socioeconômico, a desnutrição e a superpopulação doméstica. Devido a isso, a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos.
No Brasil, nos últimos dez anos, a taxa de prevalência de hanseníase (pacientes em tratamento) caiu 69%, passando de 4,52, em 2003, para 1,42 por 10 mil habitantes em 2013. A queda é resultado das ações de combate à doença, intensificadas nos últimos anos. O país registrou 31.044 casos novos da doença em 2013. Nove estados já alcançaram a taxa de eliminação como problema de saúde pública (menos de 01 caso por 10 mil habitantes): Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas da hanseníase estão localizados principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, nas costas, nas nádegas e nas pernas.
Segue uma lista dos sinais e sintomas mais comuns da hanseníase: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo; área de pele seca e com falta de suor; área da pele com queda de pelos, mais especialmente nas sobrancelhas; área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou dor). Neste caso, pode ocorrer de uma pessoa se queimar no fogão e nem perceber, indo verificar a lesão avermelhada da queimadura na pele mais tarde; parestesias (sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés); dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; edema ou inchaço de mãos e pés; diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos ulceras de pernas e pés; e nódulos (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.