Atitudes simples e facilmente adequadas ao seu dia a dia podem prevenir os desconfortos típicos da estação
A temperatura
começa a dar sinais de que o inverno chegou, e junto com ele uma série
de doenças, que geralmente aumentam a sinfonia de espirros e o consumo
de lenços de papel, mas que também podem trazer complicações bem mais
graves. O clima seco e mudanças bruscas de temperatura colaboram para
que enfermidades como gripes, resfriados, amidalite e dor de ouvido se
espalhem rapidamente. Porém, para algumas pessoas, além desses vilões, é
preciso enfrentar outras manifestações que se agravam durante o
inverno. É o caso da asma, pneumonia, bronquite, rinite e sinusite.
Segundo a
diretora da UPA do Parque Burle, Alexandra Codeço, desde o início do
inverno, em 21 de junho, aumentaram em 40% as ocorrências de doenças
como, alergias, gripes e resfriados.
- Se tratado
adequadamente, essas doenças não têm maior gravidade, embora tragam
grande desconforto. Mas, quando se complicam, podem trazer complicações
graves. Por isso, é fundamental conhecer suas diferenças e ficar de
olhos nos sintomas – diz Codeço.
De acordo com
a pediatra Gabriela Magalhães, que coordena a pediatria da unidade de
saúde, a hipersensibilidade do organismo a algumas substâncias
desencadeia reações alérgicas como, por exemplo, os intermináveis
espirros e coceira na região nasal. A poeira, ácaros, fungos, pelos de
animais, além da fumaça de cigarro são alguns dos agentes irritantes
mais comuns.
As doenças de
inverno mais comuns são as que atingem a garganta e o aparelho
respiratório. Seus alvos preferidos são as vias respiratórias superiores
(o nariz), a garganta, os ouvidos e os pulmões. Em geral, secreções
amareladas ou muito espessas, febre alta, dores fortes na cabeça ou no
peito e dificuldades respiratórias indicam a necessidades de tratamento
de emergência, muitas vezes com hospitalização. Ainda segundo a médica a
“culpa” da proliferação das doenças de inverno não é só frio. Mudanças
de hábito decorrentes dele também favorecem os problemas respiratórios.
– Geralmente,
no inverno, as pessoas bebem bem menos líquido, porque não sentem sede
(já que transpiram muito menos), mas o organismo segue precisando da
mesma quantidade de água, importante para controlar a circulação
sanguínea, composição das células, músculos e respiração – explica a
dra. Gabriela.
A hidratação
também é importante para manter as mucosas úmidas e auxiliar na barreira
que elas criam contra os micro-organismos. Para ajudar nisso, vale
também usar soro fisiológico nos olhos e no nariz. E não adianta
compensar a falta de água no banho. Os banhos não devem ser muito
prolongados (mais de 20 minutos) e a temperatura deve variar entre os
29° a 37°. Por melhor que possam parecem os banhos escaldantes, eles
causam o ressecamento da pele por eliminar, com a ajuda do uso de
sabonetes, uma camada protetora e superficial da pele rica em gordura,
que serve como proteção. E isso, aliás, serve para o ano inteiro.
A doutora Gabriela Magalhães faz outro alerta.
–
Outro hábito nada saudável, é que as pessoas tendem a ficar dentro de
casa se "escondendo do frio" com portas e janelas fechadas. Pior ainda é
se enfurnar em locais públicos fechados, como shoppings, cinemas, etc.
Se isso for inevitável, passe o menor tempo possível e, em ônibus, por
exemplo, tente abrir pelo menos uma fresta da janela. Em casa, aproveite
os dias ensolarados para abrir bem as janelas e pôr as cobertas no sol,
alerta.
Por
fim, o último conselho: a automedicação é perigosa. Analgésicos,
antialérgico, descongestionante, antitérmicos e até vitamina C não devem
ser tomados sem prescrição médica, pois além do risco de efeitos
colaterais, é possível que você seja alérgico a algum componente ou
ainda, que este remédio mascare algum sintoma que dificulte o
diagnóstico real da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 23%
das internações hospitalares no Brasil estão relacionadas ao mau uso de
medicamentos. No mundo, essa taxa é de 10% - o que já é considerado bem
alto.
– Por isso,
antes de dar aquele grito no escritório dizendo “alguém aí tem um
remédio para dor de cabeça?”, lembre-se dos perigos que isso pode
oferecer – finaliza a médica
A fim de
evitar situações críticas durante o inverno a especialista deixa 10
dicas que podem ajudá-lo a conviver melhor com o frio e os problemas
respiratórios:
1 - Mantenha as roupas de cama limpas especialmente os cobertores que costumam ser morada de ácaros;
2 - Retire o pó da mobília e limpe o chão com pano úmido, evitando o levantamento de poeira;
3 - Aproveite os dias de ensolarados para arejar a casa. O sol e o ar evitam que vírus e bactérias se proliferem;
4 - Evite o contato com a fumaça do cigarro;
5 - Use soro fisiológico nas regiões dos olhos e narinas, ele lubrifica a mucosa e evita irritação;
6 - Evite aglomerações de pessoas em lugares fechados e pouco arejados;
7 - Lave as mãos constantemente para evitar que vírus e bactérias se alojem nessa região;
8 -
Beba muito líquido, mas evite as bebidas alcoólicas. Água e sucos são
importantes para controlar a circulação sanguínea, composição das
células, músculos e respiração;
9 - Não use carpetes e cortinas no quarto de pessoas alérgicas, pois eles favorecem o aparecimento de ácaros;
10 -
O meio mais efetivo para evitar as doenças do inverno são as vacinas. A
antigripal confere imunidade por cerca de um ano e a vacina contra
pneumonia pode proteger por cinco anos. No caso dos idosos, a vacina
antigripal é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
distribuída gratuitamente nos postos de saúde.
Texto: Alexandra de Oliveira | Fotos: Til Santos
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