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SEPRED cria cartilha com informações sobre internação para o dependente químico

A Secretaria Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas de Cabo Frio desenvolve um trabalho inédito no país


Violência, marginalidade, vício e tráfico. Estes são estereótipos comumente associados ao usuário de substâncias psicoativas. A Prefeitura de Cabo Frio, através da Secretaria Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas, vem desenvolvendo um trabalho de prevenção e tratamento no município inédito em todo o País. Cabo Frio é a única cidade no Brasil que dispõe, por meio da Prefeitura, de um tratamento com internação para dependentes químicos.

Segundo especialistas da Secretaria Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas de Cabo Frio, a hipótese de que as drogas entram na vida das pessoas por meio de marginais, estranhos e traficantes, é puro mito. Geralmente quem oferece é quem está mais próximo, um colega de escola ou trabalho, companheiro de ‘balada’ e, talvez, o melhor amigo. Quem faz o alerta é a psicóloga Maria Alice Kita, especialista em Dependência Química. Ela também chama atenção para outro grave problema:

– O pai que bebe na frente dos filhos pode, sem saber, ser o introdutor da droga na vida dessas crianças e jovens – complementa. 

A dependência química é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). Está descrita entre os capítulos F-10 e F-19, que tratam de Transtornos Mentais e Comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa.

Por se tratar de assunto de saúde pública, a dependência química necessita de profissionais qualificados, entre médicos, psiquiatras, psicólogos; com programas terapêuticos definidos, para que sejam obtidos resultados efetivos no tratamento da doença – comenta Maria Alice Kita.

De acordo com Cris Mansur, secretária municipal de Prevenção ao Uso de Drogas, o Centro de Recuperação, mantido integralmente pela Prefeitura, entende a complexidade da doença, tem profissionais capacitados e gabaritados para o tratamento e vem investindo em pesquisa e conhecimento para compreender cada vez mais o que é a dependência química. O Centro de Tratamento também atua dentro da lei, respeitando normas referentes ao tratamento à questão sanitária, à segurança, e atendendo a outras exigências legais.

– Por isso aconselhamos as pessoas para que, antes de internarem seus familiares em uma entidade que diz tratar a dependência química, que verifiquem seus registros, conheçam o método de tratamento, comprovem a idoneidade da equipe profissional e busquem informações sobre a eficácia do tratamento, enfim, todos os cuidados que temos co os nossos acolhidos aqui na SEPRED – diz Cris Mansur.

A psicóloga Maria Alice Kita dá algumas dicas para os familiares verificarem se algum parente precisa de internação:

- Procure informação e, se possível ajuda especializada mesmo, antes de conversar com o seu filho. Ele sempre terá um argumento para justificar o uso, além de minimizar o problema; 

- Não permita que seu filho fume maconha dentro de casa, a fim de manter o controle. Essa atitude, além de proibida por lei, não diminui os riscos; 

- Se o seu filho está arredio e não quer te escutar, procure alguém que ele respeite, como um parente ou amigo da família;
 
- Leve-o para um psicólogo ou psiquiatra especializado. Além de mostrar que ele está prejudicando a própria vida, a terapia pode ajudar nas questões que o levaram a buscar a droga. É importante que o profissional tenha experiência na área;

- Participe de grupos de ajuda mútua dirigidos para pais de dependentes, ainda que seu filho não esteja em tratamento. Mudando seu comportamento, é possível que seu filho decida se tratar; 

- Coloque limites em casa, como delegar tarefas, controlar o dinheiro e impor horários. Enquanto o jovem tem tudo o que precisa, dificilmente sente-se estimulado a largar as drogas;

-  Seja firme e nunca volte atrás. Negar ajuda pode ser melhor ajuda; 

- Lembre-se que, pagando dívidas que seu filho fez com traficantes, você pode estar dando início a um ciclo vicioso. Não deixe de procurar ajuda quando a situação envolver traficantes. 

Texto: Alexandra de Oliveira

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